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A apostasia dos últimos tempos
A apostasia dos últimos tempos

A apostasia dos últimos tempos


Texto: 2 Timóteo 3.1-9. 

1 - Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;

2 - porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,

3 - sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,

4 - traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,

5 - tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

6 - Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências,

7 - que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.

8 - E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.

9 - Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.

 

PONTO DE CONTATO 

Segundo as Escrituras, a apostasia é um pecado contra a fé cristã e, ao contrário do que alguns pensam, está presente nos dias atuais não apenas como um sinal da vinda de Cristo, mas como uma atividade maligna contra a Igreja do Senhor. Ore a Deus para que seus alunos não se desviem, seguindo a doutrinas de demônios e apartando-se da genuína fé cristã. Oriente-os para que tenham cuidado com as antigas e novas heresias que contrariam a Palavra de Deus.

 

OBJETIVOS 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir o termo apostasia.
  • Apontar as características dos apóstatas.
  • Identificar os sintomas da apostasia.

 

SÍNTESE TEXTUAL 

As epístolas de Paulo a Timóteo foram escritas aproximadamente entre 61 a 65 d.C. Embora o Doutor dos Gentios tenha escrito a primeira, provavelmente na Macedônia, e a segunda em Roma, ambas tratam do mesmo tema: A apostasia dos últimos tempos (1 Tm 4.1-5; 2 Tm 3.1-9). Timóteo era um jovem pastor que dirigia a igreja de Éfeso na província da Ásia. Naquela época, não somente Éfeso, mas outras seis cidades da mesma província, estavam sendo assoladas por diversas heresias (Ap 2.6-20) relacionadas principalmente à idolatria, ao materialismo, ao profetismo e à imoralidade. Daí, a necessária e urgente admoestação dos apóstolos: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas... que nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé” (Ap 2.7a; 1 Tm 4.1a). Esta advertência não é apenas histórica, mas profética.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA 

No texto da Leitura Bíblica em Classe, temos diversos adjetivos que descrevem o caráter dos apóstatas dos últimos dias. Peça a seus alunos para classificá-los conforme a sugestão abaixo. Para a execução desta tarefa, confeccione um cartaz ou utilize um quadro-de-giz.

 

   •    EGOÍSTA: Amante de si mesmo. Ingrato, Irreconciliável.

   •    SACRÍLEGO: Blasfemo, profano, inimigo de Deus, hipócrita religioso.

   •    MATERIALISTA: Avarento.

   •    HEDONISTA: Amigo dos deleites, incontinente.

   •    VAIDOSO: Presunçoso, soberbo, orgulhoso.

   •    DESAFEIÇOADO: Sem afeto natural, desobediente a pais e mães, cruel, sem amor para com os bons, caluniador.


Introdução 

Inspirado pelo Espírito Santo, deixou-nos o apóstolo Paulo este gravíssimo alerta: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1). Infelizmente, essa profecia vem se cumprindo de forma alarmante.

Igrejas são corrompidas por falsos mestres; congregações inteiras são desviadas da simplicidade evangélica por videntes e profetas que se acham a serviço de Satanás; rebanhos são apartados da verdade pelos que mercadejam a Palavra de Deus. E os seminários que abandonaram a sã doutrina? E os púlpitos que se acham comprometidos com o liberalismo teológico? Tendo como base as cartas que o Senhor Jesus enviou, através de João, às igrejas de Éfeso, Pérgamo e Laodicéia, vejamos alguns sintomas da apostasia destes últimos dias. Antes, porém, vejamos o que é a apostasia.

 

I. O QUE É A APOSTASIA 

O termo apostasia vem da palavra grega apostasia, e significa o abandono consciente e público da fé que, de uma vez por todas, foi confiada aos santos (Jd v.3).

A apostasia destes últimos dias visa atacar, prioritariamente, os seguintes artigos de fé:

1. A soberania de Deus (Jd v.4);

2. A divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo — verdadeiro homem e verdadeiro Deus, e único salvador e redentor da humanidade (At 4.12); e:

3. A realidade de sua vinda (2 Pe 3.1-10).

Através da apostasia, objetiva o Diabo minar a resistência da Igreja, induzindo-a a deixar de ser Reino de Deus para tornar-se uma simples organização religiosa.

Como a seguir veremos, um dos primeiros sintomas da apostasia é a perda do primeiro amor.

 

II. O ESFRIAMENTO DO AMOR CRISTÃO 

Das igrejas da Ásia Menor, a de Éfeso era a mais conservadora e ortodoxa. Estava ela tão bem alicerçada teologicamente, que era capaz, inclusive, de diferençar entre um verdadeiro e um falso apóstolo. Não obstante todo esse preparo doutrinário, a igreja de Éfeso estava a ponto de perder a sua primazia, por haver perdido o seu primeiro amor. Ler Ap 2.1,2.

1. Cristo adverte a sua Igreja. Quão grave é esta advertência de Nosso Senhor: “Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.4,5).

Da reprimenda de Cristo, o que depreendemos? Se a ortodoxia bíblico-teológica não for acompanhada do primeiro amor, nenhuma utilidade terá. Pois a ausência do primeiro amor acabara por lançar a Igreja nas garras do formalismo e, finalmente, da apostasia.

No Sermão Profético, Jesus faz-nos outra advertência: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24.12).

2. Reavivando o primeiro amor. Que a Igreja reavive, urgentemente, o primeiro amor, observando, de forma integral, as exigências da Grande Comissão que nos confiou o Senhor Jesus: evangelizar, fazer missões e discipular (Mt 28.19; At 1.8); mantendo o amor fraternal e devotando a Cristo a mais provada e ardente adoração. Ler Hb 13.1. Menos do que isto é inaceitável!

A apostasia desta última hora não haverá de resistir a uma igreja entranhavelmente amorosa, santificada e fundamentada na Palavra de Deus. Você ama a Cristo? Ama as almas perdidas? Ou o seu amor cristão já esfriou?

 

III. A DOUTRINA DE BALAÃO 

A doutrina de Balaão é um outro forte indício da apostasia destes últimos dias. Atenhamo-nos à advertência que o Senhor endereça ao anjo da Igreja de Pérgamo:

“Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem” (Ap 2.14).

Não são poucos os mestres que, torcendo as Escrituras e vendendo a alma ao Diabo, tentam introduzir o mundo na Igreja, sob a alegação de que esta não pode viver alheia à modernidade. Ora, ser contemporâneo não significa compactuar com este século; significa, antes de tudo, falar de Cristo, com ousadia e poder, a esta geração.

Cuidado! A doutrina de Balaão continua a fazer estragos! Ela quer comprometer a Igreja, impregnando-a com a cultura e com os costumes do mundo (Rm 12.1).

 

IV. O MISTICISMO HERÉTICO 

A apostasia dos últimos tempos vem sendo caracterizada, também, por um misticismo herético e extravagante. Embora pareça espiritual, é extremamente nocivo à Obra de Deus. Assim o Senhor Jesus o desmascara:

“Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2.20).

Na essência, esta profetisa em nada diferia de Balaão. Seu objetivo era, através de uma postura falsamente piedosa, induzir os crentes a um comportamento abominável. Conclui-se, do texto bíblico, que ela já havia conseguido, inclusive, as rédeas do governo eclesiástico de Pérgamo. Até o anjo da igreja achava-se em suas mãos.

O misticismo herético tem como principais características:

1. Culto aos anjos (Cl 2.18).

2. Falsas profecias (Mt 24.11).

3. Prodígios de origem demoníaca (Mt 24.24).

4. Doutrinas de demônios (1 Tm 4.1; 1 Jo 4.1).

Estejamos precavidos! Nem sempre fervor significa espiritualidade. Pode ser forjado, fingido ou meramente emocional. Quando a congregação de Israel apostatou da fé, no deserto, aquele ruidoso movimento até parecia um culto avivado; não passava, todavia, de uma rebelião desenfreada contra o Senhor (Êx 32.6,18).

Assim diz o Espírito Santo por intermédio do salmista: “Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).

 

V. A PROSPERIDADE FATAL 

A apóstata, rebelde e orgulhosa Laodicéia é um tipo perfeito da Teologia da Prosperidade. No auge de sua riqueza, afirmou o anjo dessa igreja: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta” (Ap 3.17).

A Teologia da Prosperidade é um arremedo doutrinário. Afronta a simplicidade da Igreja de Cristo e torce, de forma escandalosa, a Bíblia Sagrada. Ensinando os santos a endeusar os bens materiais em detrimento dos eternos, vão os proponentes dessa teologia subsidiando mentiras, enganos, heresias e rebeliões contra o Cordeiro de Deus. Consciente, ou inconscientemente, vão dando sustento à estrutura sobre a qual o Anticristo acha-se a construir o seu império.

Tal apostasia vem encontrando generosos espaços em alguns púlpitos, produzindo uma geração de crentes cegos, despidos da graça e imperfeitos em suas convicções. Eles supõem, à semelhança dos amigos de Jó, serem os bens materiais a evidência maior da presença de Deus na vida humana.

Os proponentes da Teologia da Prosperidade amam a bênção mais do que ao Abençoador; não têm a fé em Cristo, mas a fé na fé; a mente de Cristo, trocaram-na por um pensamento enganosamente positivo; determinando tudo, acham-se indeterminados em sua esperança. E esperando em Cristo apenas nesta vida, tornam-se os mais desgraçados dos homens (1 Co 15.19).

 

CONCLUSÃO 

Se não estivermos vigilantes, poderemos ser enganados pelos que, insolentemente, vêm substituindo a Palavra de Deus por doutrinas de demônios.

Você está firme na fé? E se Ele vier neste instante, está preparado para recepcioná-lo? Esta é a sua oportunidade! Renove, agora mesmo, a sua aliança com o Cordeiro de Deus, e não se deixe enganar pela apostasia dos últimos tempos.

Senhor Jesus, ajuda-nos a estar sempre vigilantes, a fim de não sermos contaminados e consumidos pelo engano. Oh! Senhor, que os nossos vestidos sejam sempre brancos, e que jamais nos falte o óleo sobre a cabeça. Amém!