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A ressurreição dos mortos
A ressurreição dos mortos

A ressurreição dos mortos

Texto: 1 Coríntios 15.3,4,12-20.

3 - Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras,

4 - e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras,

12 - Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?

13 - E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou.

14 - E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.

15 - E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam.

16 - Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.

17 - E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.

18 - E também os que dormiram em Cristo estão perdidos.

19 - Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.

20 - Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem.

 

PONTO DE CONTATO 

A ressurreição dos mortos é uma obra de realização exclusiva e poderosa de Deus. Assim sendo, crer nela envolve a fé com a qual o crente mantém sua vida cristã. Ao professor compete conduzir o aluno à aprendizagem desta preciosa lição, para que Deus possa realizar a Sua parte no coração do aluno.

 

OBJETIVOS 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir o que é ressurreição.
  • Descrever o caráter geral da ressurreição.
  • Distinguir os tipos de ressurreições na Bíblia.
  • Enumerar algumas ressurreições físicas na Bíblia.
  • Justificar a necessidade das duas ressurreições.

 

SÍNTESE TEXTUAL 

Nesta lição estudaremos a conceituação, o caráter, os tipos, e os destinatários da ressurreição. A base usada, para o desenvolvimento deste tema, é a Bíblia, pois a revivificação dos corpos físicos é apresentada por ela de maneira clara e comprovada através de muitos exemplos do passado, deixando a doutrina da ressurreição como um ensino incontestável.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA 

O professor só poderá dizer que seu aluno aprendeu a lição ministrada se houver transformação de vida, pois aprendizagem é a modificação do comportamento no seu tríplice aspecto: sentir, pensar e agir. Ao ministrar a aula, o professor precisa entender que o seu aluno carrega uma bagagem de preconceitos, valores, medos, expectações e esperanças, que poderão dificultar a aprendizagem. Por isso, ore, jejue, estude e conduza a aula procurando dirimir dúvidas e atendendo à classe, na medida do possível, em suas necessidades. Lançando perguntas e ouvindo as respostas você poderá conhecê-los melhor, adequar o ensino e conduzi-los a aprendizagem. Por exemplo, antes de conceituar o tema “ressurreição” peça aos alunos que o façam. E, se possível proceda assim com todos os outros tópicos.

 

Introdução 

A doutrina da ressurreição se baseia essencialmente sobre o fato da ressurreição de Cristo. O Mestre enfatizou e deu um sentido especial a essa doutrina (Jo 5.28,29), deixando claro que não haverá uma única, geral e simultânea ressurreição para os mortos, e sim, que acontecerá em duas fases distintas: a ressurreição dos justos e a dos ímpios.

 

I. O QUE É RESSURREIÇÃO 

1. Sentido original. Duas palavras gregas (anastasis e egeiró) definem o termo ressurreição. Elas claramente indicam “tornar à vida”, “levantar-se”, “erguer-se”, “despertar”, “acordar”.

2. Sentido doutrinário. Ressurreição é a outorga da vida ao que havia se extinguido fisicamente. E o ato do levantamento daquilo que havia estado no sepulcro. Várias vezes nos deparamos com a expressão “ressurreição dos mortos“ (1 Co 15.12,13,21,42), que se refere a uma ressurreição geral, de justos e ímpios. Porém, quando se refere aos justos, a expressão no original é restritiva e se traduz por “ressurreição de entre os mortos”. A expressão “de entre os mortos” quer dizer os mortos tirados do meio de outros mortos.

 

II. CARÁTER GERAL DA RESSURREIÇÃO 

1. No Antigo Testamento. Vários personagens importantes da história do Antigo Testamento demonstraram sua confiança e crença na ressurreição. Abraão cria na ressurreição (Gn 22.5, Hb 11.17-19); (Jó 19.25-27); um dos filhos de Coré, cantor, salmodiava sobre a ressurreição (Sl 49.15); o profeta Isaías cria e profetizava sobre a ressurreição (Is 26.19); Daniel, profeta e estadista, declarou sua crença na ressurreição (Dn 12.2,3); e Oséias, um profeta destacado em Israel, fez o mesmo (Os 13.14).

2. No Novo Testamento. A doutrina da ressurreição foi declarada e ensinada por Jesus em seu ministério terrestre (Jo 5.28,29; 6.39,40,44,54; Lc 14.13,14; 20.35,36). Ensinada e reafirmada pelos apóstolos e os pais da Igreja primitiva (At 4.2). Em Atenas, na Grécia, Paulo pregou a Jesus Cristo e Sua ressurreição (At 17.18). Repetiu isso, também, para os filipenses (Fp 3.11), aos coríntios (1 Co 15.20), aos tessalonicenses (1 Ts 4.14-16), perante o governador Felix (At 24.15). O apóstolo João, não só relatou o ensino de Cristo sobre a ressurreição, mas ele mesmo ensinou sobre o assunto (Ap 20.4-6).

3. Alguns exemplos bíblicos de ressurreições literais.

a) No Antigo Testamento. A história dramática da ressurreição do filho da mulher sunamita através da oração do profeta Eliseu (2 Rs 4.32-37). Há um caso posterior mais impressionante. O profeta Eliseu já havia morrido e sido sepultado, e um grupo de moabitas, para fugir de uma perseguição inimiga, lançou o seu morto na cova onde estavam os restos mortais de Eliseu. Ao tocar os ossos do profeta o morto reviveu e se levantou sobre seus pés (2 Rs 13.20,21).

b) No Novo Testamento. Os exemplos são numerosos, começando pelo ministério pessoal de Jesus Cristo: a filha de Jairo (Mt 9.24,25); o filho de uma viúva de Naim (Lc 7.13-15); seu amigo Lázaro, em Betânia, irmão de Maria e Marta (Jo 11.43,44). Ele mesmo venceu a morte depois de três dias no sepulcro (Lc 24.6) e, para confirmar Sua vitória sobre a morte, alguns corpos de santos mortos anteriormente, ressuscitaram e foram vistos em Jerusalém (Mt 27.52,53). Mais tarde, entre os apóstolos, Pedro orou ao Senhor e fez reviver a Dorcas (At 9.37,40,41).

 

III. TIPOS DE RESSURREIÇÃO 

1. Nacional. É, em linguagem metafórica, a restauração e renovação do povo de Israel em termos políticos, materiais e espirituais (Dt 4.23-30; 28.62-64; Lv 26.14-25; Ez 11.17; 36.24; 37.21; Jr 24.6; Ez 36.24,28). O cumprimento cabal da profecia relativa à ressurreição nacional acontecerá na vinda pessoal do Messias, o Senhor Jesus Cristo (Zc 14.1-5).

2. Espiritual. Refere-se também metaforicamente a um renascimento espiritual dos que, tendo estado mortos em delitos e pecados (Ef 2.1) foram vivificados espiritualmente (Rm 6.4). Há, no entanto, um sentido literal dessa ressurreição, no que tange à ressurreição corporal. Porém, o aspecto físico da ressurreição diz respeito aos corpos levantados das sepulturas, os quais sofrerão uma metamorfose. Isto é: uma transformação do físico para o espiritual (1 Co 15.52; 1 Ts 4.13-17).

3. Física. Precisamos distinguir esse tipo de ressurreição sob dois ângulos: o temporal e o escatológico. No sentido temporal, temos o exemplo de pessoas que morreram, foram sepultadas, e pelo poder de Deus ressuscitaram; posteriormente, voltaram a morrer (2 Rs 4.32-37; Mt 9.24,25). No sentido escatológico, tanto os justos quanto os ímpios vão ressuscitar fisicamente. Os justos levantar-se-ão dos seus sepulcros na vinda do Senhor (1 Co 15.44,52; Jo 5.29). Os ímpios se levantarão, não com os santos, mas no fim de todas as coisas, no Juízo Final (Ap 20.11-15).

 

IV. EXPLICANDO A RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS E A DOS ÍMPIOS 

1. A primeira ressurreição.

a) O tempo. Divide-se em três fases distintas. A primeira fase refere-se à ressurreição de Cristo e de muitos santos do Antigo Testamento, identificados como as “primícias dos mortos” (1 Co 15.20; Mt 27.52,53); Jesus e aqueles santos ressurretos são o primeiro molho de trigo colhido (Lv 23.10-12; 1 Co 15.23). Jesus foi o grão de trigo que caiu na terra, morreu, e produziu muito fruto (Jo 12.24). Isto é: aquele grupo de pessoas de Mt 27.52,53 foi a primícia, o primeiro molho. A segunda fase refere-se à ressurreição dos mortos em Cristo na era neotestamentária, a qual se efetuará no chamamento especial por ocasião da volta do Senhor Jesus sobre as nuvens (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.14-17). A terceira fase da primeira ressurreição refere-se àqueles mortos no período da Grande Tribulação, os quais são chamados de “mártires da Grande Tribulação”. Refere-se ao restolho da ceifa, isto é, as respigas da colheita (Ap 6.9-11; 7.9-17; 14.1-5; 20.4,5).

b) A natureza dos corpos ressurretos. Não importa como os corpos foram sepultados, se em covas na terra, ou no fundo dos mares e rios, ou queimados. Na realidade, os mesmos corpos mortos serão ressuscitados. No caso dos mortos em Cristo, seus corpos serão transformados (1 Co 15.35-38), iguais ao corpo ressurreto de Cristo (Fp 3.21).

2. A segunda ressurreição.

a) O tempo. Já sabemos que Jesus distinguiu duas ressurreições: a dos justos e a dos ímpios (Jo 5.28,29). Alguns intérpretes entendem a ressurreição dos mortos como um só evento, num mesmo tempo. Declaram que a única distinção é que “uns ressuscitam para a vida” e outros “para a perdição”. Entretanto, essa teoria é largamente refutada. Na verdade, o tempo da segunda ressurreição acontecerá no fim de todas as coisas, após o período do Milênio na Terra, quando haverá o Juízo Final diante do Grande Trono Branco (Hb 4.13).

b) A natureza dos corpos ressuscitados dos ímpios. Quanto à ressurreição o processo será o mesmo que o dos justos. Seus corpos terão todas as partículas físicas reunidas e transformadas em corpos espirituais, mas sem qualquer glória. À semelhança dos justos no Hades, as almas e espíritos se unirão aos seus corpos sepultados para serem julgados por suas obras (Ap 20.12; Dn 12.2). Nenhuma glória, nenhuma beleza, mas totalmente inglório, para que sejam prestadas as contas perante o Supremo Juiz (Hb 4.13; Rm 2.5,6; Hb 9.27).

c) O estado final dos ímpios. Na verdade, os ímpios ressuscitarão para uma “segunda morte”, Ap 21.8. Essa “segunda morte” não significa aniquilamento, mas banimento da presença de Deus (2 Ts 1.9). Esse banimento implica que todos os ímpios serão lançados no Geena, chamado “Lago de Fogo” (Mt 25.41,46), que arde continuamente com fogo inapagável — o tormento eterno (Ap 14.10,11).

 

CONCLUSÃO 

A esperança da Igreja está baseada na ressurreição de Cristo. Sua morte e ressurreição são a garantia total de que Ele voltará. Sua vitória sobre a morte foi com glória, triunfo e poder.