Israel, o relógio escatológico de Deus
Texto: Ezequiel 37.1-12.
1 - Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos,
2 - e me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos.
3 - E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse: Senhor Jeová, tu o sabes.
4 - Então, me disse: Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.
5 - Assim diz o Senhor Jeová a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis.
6 - E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o Senhor.
7 - Então, profetizei como se me deu ordem; e houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um reboliço, e os ossos se juntaram, cada osso ao seu osso.
8 - E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito.
9 - E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor Jeová: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.
10 - E profetizei como ele me deu ordem; então, o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército grande em extremo.
11 - Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel; eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós estamos cortados.
12 - Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.
Ajudar os alunos a serem zelosos no estudo da Palavra de Deus, mostrando-lhes que a profecia bíblica tem limites que precisam ser respeitados, e que tenham muito cuidado para que não sejam enganados por vãs doutrinas ou especulações.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Tendo Israel como objeto principal de nosso estudo, veremos algumas profecias escatológicas que já tiveram seu cumprimento e outras que ainda hão de se cumprir. Através da situação atual de Israel iremos constatar a proclamação da iminente vinda de Jesus.
Sugerimos para melhor compreensão desta lição que você faça uma listagem dos eventos escatológicos numa folha de papel pardo (para que todos vejam). Coloque-os fora da ordem de acontecimento. Distribua para sua classe folhas de papel ofício e peça que, cada aluno, coloque-os em ordem. Dê alguns minutos para o cumprimento da tarefa. Não precisa recolher os trabalhos, mas faça o levantamento da ordem de acontecimentos descrita pelos alunos. O objetivo desta tarefa é situá-los no tempo, no relógio de Deus, para que identifiquem as profecias que tiveram seu cumprimento e as que ainda acontecerão.
Ordem correta de acontecimentos escatológicos.
1 — Dispersão e regresso de Israel;
2 — Arrebatamento da Igreja;
3 — Grande Tribulação;
4 — Tribunal de Cristo;
5 — Bodas do Cordeiro;
6 — Batalha do Armagedom;
7 — Implantação do Reino Milenial;
8 — Juízo das Nações;
9 — O Grande Trono Branco.
Introdução
Israel é um dos sinais mais evidentes na atualidade em relação à volta de Cristo. Sua restauração nacional, profetizada em Ezequiel 37.1-10 e, que, através de uma visão fala metaforicamente de “um vale cheio de ossos”, teve início no século em que vivemos.
I. EIXO CENTRAL DO PROGRAMA ESCATOLÓGICO DIVINO
A história do plano divino em relação à humanidade tem seu eixo central na existência do povo de Israel. É o relógio pelo qual podemos acompanhar todos os eventos históricos e escatológicos do mundo. Jesus apontou-nos esse sinal de Sua vinda no sermão profético registrado em Lc 21.27-30: “E, então, verão o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima. E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira e para todas as árvores. Quando já começam a brotar, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão”.
Encontramos respaldo para crer na Palavra de Deus através das profecias bíblicas cumpridas e, a se cumprirem, nos fatos da vida de Israel.
1. Dispersão e regresso. Tanto as profecias sobre a dispersão do povo de Israel entre as nações quanto as referentes ao retomo à sua terra, têm tido o fiel cumprimento (Gn 12.1,2,7; Dt 32.9-11; Lv 26.33,36,37; Jr 24.6; Ez 36.24,28).
2. A reunião progressiva de Israel em sua terra. Há duas importantes reuniões de Israel na sua terra que mostram a veracidade da profecia bíblica. A primeira diz respeito ao sentimento de volta ao lar que tiveram todos os israelitas dispersos pelas nações. Esse sentimento se tornou forte com o movimento sionista iniciado em 1897 por Teodoro Herzl. Pouco a pouco, sistemática e continuamente, o povo começou a voltar. Não era um simples sentimento de um homem ou de um povo e, sim, um impulso do Espírito de Deus na mente e no coração de cada judeu disperso, em cumprimento da Palavra de Deus (Jr 24.6; Ez 36.24,28).
Em 1948, Israel já estava bem instalado na Palestina e a sua proclamação pela ONU como Estado foi o clímax da efetivação da promessa divina quanto ao seu retorno.
3. A segunda reunião de Israel. Esta reunião acontecerá no futuro próximo por ocasião da “angústia de Jacó”, conhecida como a Grande Tribulação (Ap 16.12-21). Esse evento escatológico será terrível e indescritível para o povo de Israel. Ele estará mobilizado para a grande batalha do Armagedom. Os reis da terra, isto é, os governantes do mundo todo estarão reunidos com seus exércitos e armas destrutivas para o maior combate já registrado na história mundial. Talvez seja esta a terceira guerra mundial. Será no clímax dessa batalha que Jesus, o Messias, anteriormente rejeitado pelos israelitas, virá e destruirá os inimigos do seu povo, e implantará o Seu reino milenial (Ap 19.11-21).
A profecia de Ezequiel 37.1-11 trata da restauração nacional, moral e espiritual de Israel. Alguns aspectos dessa profecia já tiveram o seu cumprimento e outros estão se cumprindo. Porém, o cumprimento cabal só acontecerá no período da Grande Tribulação e com a intervenção de Cristo, o Messias, em Jerusalém. Nesse período, a Igreja não estará na Terra, porque foi antes arrebatada para estar com o Senhor.
II. A DESTRUIÇÃO PROGRESSIVA DO POVO DO NORTE
Os textos de Ez 38 — 39 e Jl 2.20 tratam a respeito da profecia bíblica sobre um bloco de nações ao norte de Israel.
1. As nações do Norte. Por causa da etnia dos povos que habitam aquela região vários nomes geográficos podem ser identificados. O profeta fala de Magogue, Meseque e Tubal (Ez 38.2,3), regiões ocupadas pelos antigos citas e tártaros, as quais hoje correspondem à Rússia. Nome como o de Meseque converteu-se em Moscou ou Moskva. Tubal é a moderna cidade russa de Tobolsk. Em Ez 38.2 temos a palavra “chefe”, tradução do termo rosh, dando a idéia do nome Rússia. No bloco das nações aliadas aparecem os nomes de Gômer, Togarma (Ez 38.6). Gômer veio a ser a Germânia (atual Alemanha) e, Togarma corresponde à Armênia e Turquia. Em Ez 38.5 destacam-se os persas, os etíopes e Pute. Hoje, os persas são o Irã; os etíopes, a Etiópia; e, Pute, a Líbia.
2. Queda e ressurgimento da confederação do Norte. Devemos entender que a queda da União Soviética não significa que a profecia tenha perdido sua validade. Na verdade, essa potência mundial está se levantando e mostrando sua força, quando se esforça para participar das conversações de paz entre Israel e os países árabes, aos quais ela sempre apoiou. Ela perdeu o seu poder sobre o aludido bloco de nações, e alguns estudiosos interpretam essa queda como algo para acontecer em plenitude no futuro. Parte dessa profecia já começou a ter o seu cumprimento porque a Rússia caiu como potência bélica e econômica.
3. A Confederação do Norte combaterá a Besta na Grande Tribulação. A profecia diz que a confederação do Norte, tendo como líder Gogue, colocará seus exércitos contra a autoridade da Besta, ou seja, o Anticristo (Ez 38.2-6). A profecia indica que Gogue, chefe da terra de Magogue invadirá a terra de Israel nos últimos dias (Ez 38.8,16). É possível que essa invasão venha acontecer no período da Grande Tribulação. Os motivos principais para a invasão do “rei do norte” estão expostos em Ez 38.11,12. A idéia de “tomar o despojo e de arrebatar a presa” não é difícil entender pelo fato de a antiga União Soviética ter perdido seus principais intelectuais e cientistas (na maioria judeus), os quais retornaram para Israel. Diz a Bíblia que esse invasor será destruído pela intervenção divina (Ez 38.20), nos montes de Israel (Ez 39.4). Então, as nações da Terra reconhecerão o Deus de Israel (Ez 39.21,22). Devemos entender que essa invasão nada tem a ver com a batalha do Armagedom, e a guerra decorrente que acontecerá no início da “semana profética” de Daniel (Dn 9.27). A batalha do Armagedom se dará no final da “semana”, pois o seu líder será o Anticristo, a Besta (Zc 12.3; 14.2; Ap 16.14).
III. O RESSURGIMENTO DO ANTIGO IMPÉRIO ROMANO
Os textos de Dn 2.33,34,44; 9.24-27; 7.7,8,24,25; Ap 13.3,7; 17.12,13 são relativos à profecia sobre uma confederação de nações formada na área geográfica do antigo Império Romano.
1. O sentido duplo de interpretação. Essa profecia, numa parte refere-se literalmente àquelas nações adjacentes ao Mediterrâneo, as quais formavam o núcleo do Império Romano e, na outra parte, figuradamente refere-se apenas às características daquele Império. Tal como existiu o Império Romano, também, se levantará um da mesma forma dentro da realidade atual.
2. A União Européia, uma sombra do antigo Império Romano. Especula-se muito sobre a atual União Européia como um retrato dessa confederação profetizada. Não temos base consistente na Bíblia para afirmar positivamente. Mas não podemos evitar o fato de que as características dessa confederação profetizada (Dn 2.33,34,44) conferem com a profecia de Daniel. E perigoso estabelecer suposições como fatos. Por isso, o aconselhável é ficarmos dentro dos limites impostos pela profecia bíblica. No entanto, a evidência dos sinais da vinda do Senhor Jesus em nossos dias é fortalecida pela clareza da profecia e do seu cumprimento.
CONCLUSÃO
O sinal de Israel é revelado à Igreja pelo seu esplêndido florescimento na Terra que Deus lhe prometera — a figueira brotando — , e pela sua influência na marcha dos acontecimentos mundiais.